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Os efeitos das drogas na carreira profissional

 

Prazos apertados, rotina diária de mais de 15 horas de trabalho e pressão por resultados tem levado a criação de gerações doentes e mais angustiadas. E nesse mundo instável e cheio de opções é comum histórias de pessoas que buscam nas drogas um escape temporário e, assim, acabam destruindo sua vida pessoal e profissional. 

 

“O número de dependentes químicos empregados é maior do que se imagina. E acontece em toda a escala hierárquica corporativa. É uma problemática que merece atenção e envolvimento de uma equipe multifuncional atuante dentro das empresas”, comenta o gerente de projetos de tecnologia Diego Soares. De acordo com ele, é possível encontrar colaboradores que usam a droga como estimulante para aumentar seu rendimento. “Porém nesses casos, há um comprometimento grave na parte emocional, traduzida em agressividade e autodestruição”, acrescenta.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 71% dos usuários de drogas ilícitas em todo o mundo estão empregados e fazem parte do mercado de trabalho. No Brasil, esse quadro já se reflete no aumento de auxílios-doença concedidos pelo Ministério da Previdência Social nos últimos anos.

 

De 2009 a 2011, o número de trabalhadores afastados por problemas relacionados ao uso de drogas – sendo o álcool e a cocaína as substâncias mais frequentemente usadas – saltou de 112.414 para 124.947.

 

Segundo cálculos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), o Brasil perde por ano US$ 19 bilhões por absenteísmo, acidentes e enfermidades causadas pelo uso do álcool e outras drogas.

 

Os prejuízos financeiros são apenas parte das consequências causadas por afastamentos de profissionais usuários de entorpecentes. “O dano pessoal é ainda maior, pois muitos acabam em conflito com a família. Já no ambiente profissional, o usuário de drogas não consegue se esconder por muito tempo. Dependendo do tipo de substância utilizada os sinais físicos são claros e influenciam negativamente a rotina. A partir daí começam as faltas e o baixo rendimento”, afirma Soares.

 

Para ele, os gestores devem estar cada vez mais atentos ao comportamento de seus colaboradores. “A dependência de álcool ou drogas é uma doença, que merece atenção e não descriminação. Em muitos casos há recuperação e a sociedade tem um papel fundamental nesse processo.

Que diferença você faz no trabalho?

Você já parou para pensar sobre o que acontece na sua empresa no dia em que você falta ao trabalho?

 

Talvez já tenha pensado nisso, mas não dá para ter certeza porque, afinal de contas, você não estava lá. Mas quando você vai trabalhar e um colega da sua área falta, você descobre imediatamente a falta que ele faz. Claro, porque muita coisa “sobra” para você fazer.

 

Existem momentos na vida em que faltar ao trabalho é inevitável, quer seja por motivos pessoais, por doença ou por acidente no trabalho. Mas estas situações são esporádicas e não chegam a comprometer irremediavelmente os resultados gerais da companhia.

 

No entanto, muitas vezes a ausência se torna uma constante, geralmente provocada por incompatibilidades com o gestor, falta de identificação com o tipo de atividade ou ainda problemas de relacionamento com a equipe. Seja qual for o motivo, é certo que o absenteísmo frequente é ruim para todo mundo: desde a empresa, até os gestores e os próprios funcionários.

 

A organização perde em produtividade, aumento o pagamento de horas extras, redução do faturamento, além de eventuais comprometimentos da qualidade e do cumprimento de prazos.

 

Os gestores, diante deste quadro, deixam de cumprir com as suas metas. Já os funcionários perdem a credibilidade e a possibilidade de conquistarem sua evolução dentro da trilha de desenvolvimento de carreira da organização.

 

Mas, afinal, o que é possível fazer para evitar esta situação?

 

A resposta, apesar de simples, nem sempre é fácil na prática. Para solucionar este problema o ideal é que todos os envolvidos assumam uma parcela da responsabilidade e se esforcem para solucionar o problema, visando o bem de todos e a felicidade geral na empresa.

 

O funcionário que se sente estressado por causa das relações no ambiente de trabalho deve procurar se manifestar de forma assertiva, expondo o problema e conversando sobre possíveis soluções no sentido de reduzir ou eliminar os desacertos com seus pares.

 

Por sua vez, os responsáveis pela área de recursos humanos, que representam os interesses da companhia, devem permanecer atentos para identificar o quanto antes situações como estas e interceder junto aos envolvidos, para eliminar de uma vez por todas as causas, muitas vezes camufladas.

 

E os gestores, que são os envolvidos diretos na questão, precisam exercer plenamente sua capacidade de promoção de relacionamentos e fornecimento constante de feedbacks para sua equipe. Afinal, no âmbito do trabalho dentro de uma área, ninguém mais importante do que o gestor para manter um ambiente transparente e um clima produtivo entre seus funcionários.

 

Desvendando o absenteísmo

 

Definido pela ausência do colaborador no trabalho, o absenteísmo pode ter causas mais profundas do que se imagina e danos importantes para a companhia. Traduzido em diversas razões, como doenças, problemas com o transporte, motivos familiares, desmotivação, essa é uma prática recorrente e que merece atenção dos gestores e do próprio profissional.

 

Começa com uma simples falta, depois mais duas na semana, e, quando percebe, o profissional já está sem vir na empresa por dias seguidos. Muitas vezes, o colaborador age por impulso e não avalia o dano que está causando para a equipe, bem como para a empresa. Pela falta de inteligência emocional, por não saber lidar com certos conflitos, acaba criando motivos para atrasos e, consequentemente, deixa de produzir. Alguns utilizam a estratégia como forma de pressão para o gestor, outros agem sem pensar. Por isso, é necessário avaliar o seu momento e verificar qual o caminho a seguir. Saber o que te move pode ser um passo inicial para a mudança.

 

Do lado do gestor, é o momento de avaliar as causas das ausências. Para isso, o líder deve estudar os possíveis motivos para entendê-los e evitar que o absenteísmo se torne rotina entre seus colaboradores. Chamar para uma conversa é o primeiro passo, e outras práticas também podem repercutir positivamente, como estar mais próximo do profissional faltante; mostrar que a empresa se preocupa com o bem-estar dele; oferecer feedbacks; valorizar seus pontos positivos, mostrando a sua importância para a empresa.