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Período sabático: bom ou ruim?

Período sabático: bom ou ruim?

 

Pausa para repensar ideias, planos e motivações na vida profissional, assim pode ser definido o período sabático. A parada estratégica na carreira surgiu no ambiente corporativo, deixando de ser uma exclusividade de altos executivos, e hoje é a escolha de profissionais das mais diferentes áreas e funções, que possuem em comum o desejo de buscar autoconhecimento.

 

A decisão não é fácil e requer planejamento, uma vez que o afastamento do mercado de trabalho pode trazer benefícios e dificuldades para a carreira. Mas existem empresas que respeitam a prática, como é o caso da Santillana Brasil, como revela a coordenadora de Recursos Humanos, Renata Pires Alecrim: “Aqui na editora temos alguns profissionais que se desligaram da empresa para empreender uma nova atividade profissional com o objetivo de realização pessoal – por mais diferente e inusitada que seja – e outros, ainda, que se desligaram para dar uma pausa na rotina intensa, realidade das empresas, de forma geral. Percebo que essas escolhas – ambas – são extremamente respeitadas pelos nossos gestores e colaboradores”.

 

Talita em cena no musical de natal “Hijo de Dios, niño mío”. A encenação fez parte de uma das muitas atividades realizadas pela profissional da Moderna durante sua temporada no Uruguai.

 

Um exemplo é o caso da analista de cobrança da Editora Moderna, Talita Guido da Conceição, que ficou dois anos afastada do mercado, conciliando tarefas da sua atividade como missionária com o trabalho profissional no Uruguai. “O caminho para tomar a decisão de ir para uma missão religiosa durou quase um ano. Tinha momentos em que eu me sentia segura em dar esse passo e em outros pensava que era loucura da minha cabeça. Tive medo sim em me ausentar, pois pensava que poderia ser um grande empecilho para a minha vida profissional e que as portas poderiam se fechar”, afirma.

 

De acordo com a analista de cobrança, o retorno ao mercado aconteceu após cinco meses de buscas até ser recontratada pela Editora Moderna. Mas, para ela, o período em que ficou afastada pode ser traduzido como os melhores anos de sua vida: “Não tenho dúvidas de que essa experiência contribuiu para a minha vida profissional; penso que quando descobrimos o sentido de nossas vidas, isso nos faz mais plenos e nos impulsiona a dar o nosso melhor em todos os âmbitos”.

 

Vale ressaltar que o profissional incentivado a assumir os riscos de um longo período fora do mercado precisa estar atento a algumas dicas sugeridas pela coordenadora de RH: “De forma geral, o profissional que se afasta do mercado de trabalho momentaneamente, mas pretende retornar um dia, precisa preocupar-se em se manter atualizado e conectado com o mundo corporativo. A velocidade com que as coisas acontecem é assustadora e se afastar totalmente de tudo e de todos, com certeza, gerará consequências”.